ANEP - Portugal

Associação Nacional para a Educação Pré-Natal

domingo

Formação com Giselle Whitwell no Porto nos dias 5,6,7 e 12, 13 de Março de 2010.

1 - Formação com Giselle Whitwell no Porto nos dias 5,6,7 e 12, 13 de Março de 2010.

2 - Formações em “Música e Som para a Saúde Primária na Gravidez e Parto”:

I. Workshop para grávidas ou casais – dia 5 de Março de 2010, 18h-21h, donativo mínimo 15 euros - máximo 10 casais

II. Formação para profissionais (parteiras, doulas, educadores perinatais, musicoterapeutas, outros interessados), num total de 30 horas – dias 5 e 12 de Março de 2010 das 18h às 21h e 6, 7 e 13 de Março de 2010 à volta de oito horas por dia, com o investimento de 220 euros (almoço e coffe-breaks incluído) - máximo 15 participantes

As duas formações vêm enriquecer o nosso conhecimento sobre o pré-natal, demonstrando pela prática a importância crucial do som no estabelecimento de laços afectivos entre o bebé e os pais desde o pré-natal. Todo o relacionamento posterior com o bebé é construído sobre a qualidade das primeiras trocas afectivas com o bebé, pelo que o uso da música se reveste de primordial importância, uma vez que permite comunicar com o bebé desde muito cedo (o sentido da audição está formado desde o quarto ou quinto mês de gestação). Neste trabalho vão ser utilizadas as canções de embalar, entre outras técnicas.
A música afecta as células e os órgãos do nosso corpo, podendo ter consequências na digestão, circulação e pressão sanguínea, nos padrões de respiração e estados de consciência. Deste modo, a técnica de entoar (toning) , que será ensinada, revela-se muito eficaz para apoiar a gravidez, trabalho de parto e parto.

Giselle E. Whitwell é musicoterapeuta desde 1997, educadora perinatal (certificada por Birth Works), doula (certificada por DONA) e instrutora de parentalidade pré-natal. Encontra-se no processo de certificação como terapeuta de cura através da voz pela escola Uncovering the Voice. Publicou diversos artigos sobre a importância do som, música e movimento durante a gravidez. É a fundadora do Centro para a Música Pre-Natal e Perinatal, em Austin, Texas, USA.

Aproveite esta excelente oportunidade para fazer esta formação. O preço reduzido só é possível devido à participação da Giselle na Conferência sobre Saúde Primária e Nascimento organizada pelo Dr. Michel Odent, no país vizinho! (http://www.wombecology.com/conference/).

Para mais informações: Marta 934257464 limarta@gmail.com e http://musicanagravidezeparto.blogspot.com/ (consulte o programa detalhado)

As nossas crianças irão acusar-nos

sexta-feira

A Educação Pré-Natal Natural em 15 pontos

domingo

NO ÚTERO, A CRIANÇA JÁ COMUNICA

Olá mamã, daqui bebé.
ENTREVISTA REALIZADA POR LILIAN BERNARDT


MODES & TRAVAUX: A partir de que momento poderemos dizer que o feto reage ao seu ambiente exterior?
MARIE-CLAIRE BUSNEL*: As primeiras descobertas das reacções do feto a ruídos exteriores remontam a 1923. Tratava-se, então, de fetos de oito meses. Mas estes trabalhos não tiveram muito êxito e o tema foi um pouco esquecido até 1976, ano em que os cientistas se deram conta que o feto era "um ser senciente" a partir do sétimo mês.
Este novo interesse da ciência permitiu fazer certas descobertas. Há vinte anos, supunha-se ainda que os recém-nascidos não viam nada. No entanto, sabe-se hoje, que eles vêem a partir do nascimento, com uma certa acuidade a uma distância de 30 cm. É precisamente a distância entre o rosto da mãe e o da criança durante o aleitamento. Tanto o paladar como o olfato estão igualmente desenvolvidos. Ao observar fetos de animais, descobriu-se, por exemplo, que o líquido amniótico exercia influência sobre o paladar destes. Os fetos reconheciam in utero certos sabores e certos odores. Isto faz-me lembrar um episódio verídico. Durante um jantar, em que a comida era muito condimentada e picante observámos uma mulher grávida; ela estava admirada por sentir que o seu bebé se mexia com muita energia, como que para protestar, dizia ela. Pouco habituado a esse tipo de alimentação, o bebé, à sua maneira, fez com que a mãe o soubesse.
M&T: Quais são os diferentes meios utilizados pelo feto para comunicar com a mãe, por exemplo?
M-C. B.: Infelizmente, ainda é um pouco cedo para compreender a linguagem do feto, é uma espécie de língua estrangeira. É preciso tomar atenção para saber interpretá-la bem, o que exige prudência. O feto reconhece a voz da mãe e a do pai. E memoriza aquilo que escuta de uma maneira repetitiva.
Uma mulher conta que nunca pôde suportar a voz do pai. Desde o seu nascimento que essa voz a fazia chorar. Ela soube mais tarde que o pai não a queria. Terá ela escutado, no ventre da sua mãe, ele recusá-la? Este tipo de observações faz-me pensar que as mulheres devem reaprender a ter confiança em si mesmas, a reencontrar a sua própria intuição, para sentirem o que lhes exprime o seu bebé durante a gravidez. A medicina, por vezes, medicalizou demasiado o nascimento e esqueceu por completo os conhecimentos antigos. Nós devemos reencontrar um equilíbrio harmonioso entre a relação mãe-filho e os benefícios da pesquisa médica.
M&T: Poderemos considerar que a intuição de uma mãe é um meio de comunicação privilegiado com o seu bebé?
M-C. B.: Entre a mãe e o seu bebé, esta comunicação intuitiva baseada no amor é o bem mais importante. Muitas mães atentas sentem que o seu bebé as ama, ou não. As coisas passar-se-ão muito melhor se uma mãe souber escutar a sua intuição. Temos exemplos espantosos deste modo de comunicação nas mamãs africanas, por exemplo. Elas trazem os seus filhos às costas e sabem exactamente em que altura a criança tem necessidade de ser consolada. É muito raro ver-se uma mamã africana ser surpreendida por uma fuga inesperada.
M&T:Neste livro foram tomadas muitas precauções na maneira como são apresentadas as reflexões filosóficas do professor Relier, um neonatologista muitas vezes confrontado com a doença ou a morte do recém-nascido, como se estas fossem outras formas de comunicação com o mundo.
M-C. B.: Tive de "colocar luvas" para apresentar estas teorias, porque o autor não as coloca para defender o seu ponto de vista. Ninguém é obrigado a partilhar as suas idéias, mas eu admiro-o e respeito-o. Para ele, a criança é uma espécie de hóspede e a mãe a hospedeira, uma hospedeira participante. Isso leva-o a ter em conta a vontade e a autonomia existencial desse ser, criado para si próprio e não para os seus pais. Ele não lhes pertence. Poderemos dizer que, para os pais, é um privilégio participar na elaboração duma existência plena e inteira. É a esse tipo de sensações que leva a aprendizagem da escuta sensível do feto ou do recém-nascido. Aliás, sabemos que cada bebé têm a sua personalidade bem particular. Por exemplo, alguns tornam-se rapidamente independentes, ao passo que outros são medrosos. Basta observá-los com sensibilidade.
M&T: Os trabalhos sobre a comunicação do feto com o exterior e com a mãe poderão fornecer"armas" àqueles que se pronunciam contra o aborto?
M-C. B.: Não devemos tentar enganar-nos: se alguém decide fazer um aborto, está a cortar uma vida. Mas não podemos impôr uma criança a uma mulher que não se sente capaz de amá-la, na medida em que sabemos que um bebé, cuja concepção coloca à mãe problemas insolúveis, pode ser infeliz para toda a vida. As consequências de ausência de amor são tão importantes para a mãe como para o bebé. Talvez seja possível anular certos traumatismos pré-natais falando ao bebé e fazendo-o sentir-se em segurança. Mas se não houver nem amor, nem compreensão entre ambos, conseguir isso será muito mais difícil. Um estudo mostra que as crianças cujo pai faleceu durante a gravidez da mãe têm, mais tarde, problemas afectivos muito mais graves do que se o pai tivesse morrido pouco depois do nascimento. O stress da mãe, devido ao luto, é particularmente difícil de viver para o feto e pode deixar traços no futuro adulto.
Sylvie Richard, uma pediatra de Órleans (França), observou que o feto sofre directamente com o stress experimentado pela mãe. Talvez fosse possível estabelecer, a partir desse momento, uma relação com o bebé, explicando-lhe que a tristeza maternal não advém da sua existência, mas é devida a uma causa exterior.
M&T: Poderemos recear que a comunicação com os fetos possa provocar manipulações perigosas para o psiquísmo das crianças?
M-C. B.: Tudo depende do tipo de comunicação. A nossa educação está ligada ao ambiente físico, psíquico e emocional. Ela é, por si própria, uma forma de condicionamento. Para mim, o verdadeiro perigo pode vir de pais que queiram fazer as coisas demasiado bem. Como nos Estados-Unidos, onde existem "Universidades Fetais". Aí, as mães grávidas estudam matérias científicas, música ou pintura... para dar ao feto conhecimentos a que ele só teria acesso muito mais tarde. Mas, de acordo com a minha opinião, o cérebro do feto já é suficientemente solicitado pelo seu crescimento espectacular e pelos estímulos que recebe. Nós já não sabemos servir-nos das nossas emoções, para quê então sobredesenvolver o intelecto?
Não creio que este género de experiências seja desejável enquanto uma pesquisa séria e honesta não tiver demonstrado a inocuidade de tais estimulações precoces.
Em França, já se faz com que o bebé em gestação escute uma cassete de inglês durante alguns minutos por dia, para que em seguida ele possa dominar melhor essa língua. Penso que isto serve muito mais para valorizar os pais do que para fazer a criança progredir. Mas pode ser que daqui a cinquenta anos novas descobertas nos façam mudar de opinião. O que me parece essencial é saber escutar a criança e responder ao seu apelo.
M&T: Tanto os fetos como os recém-nascidos terão alguma coisa a ensinar aos adultos ?
M-C. B.: Sim, por exemplo, a verdade que existe numa relação. A criança não suporta a mentira. Portanto, as crianças podem ensinar-nos, com a condição que saibamos escutá-las, qual é a verdade do outro, mesmo que o outro seja um feto ou um recém-nascido.

* MARIE-CLAIRE BUSNEL, fisiologista e etóloga, trabalha desde 1984 sobre o papel da acústica na relação mãe/feto no IRNA (Institut National de Recherche Acoustique-France) e na Universidade de Paris V.

segunda-feira

A ANEP o que é?

O que é a Associação Nacional para a Educação Pré-natal?

A ANEP tem por objectivo reunir os conhecimentos actuais sobre a vida pré-natal e sobre a ligação mãe-filho-pai que se cria e que actua de forma determinante durante este periodo.

As observações e pesquisas nos domínios sensorial, afectivo, mental e celular são dispersas por natureza. Reunidas, tomam um sentido global que permite passar à acção.

A quem interessam estes conhecimentos?

- Aos futuros pais, que podem favorecer um desenvolvimento físico e psíquico harmonioso da criança por nascer, através de uma vida sã, da comunicação precoce com a criança, da expressão do seu amor por ela... Isto, com toda a liberdade, de acordo com a sua própria natureza e a sua própria cultura.

- Aos técnicos que acompanham a gravidez, e que neles encontram elementos susceptíveis de afinar a sua prática, de melhor informar os futuros pais e de ajudá-los na sua vida quotidiana. O seu papel é dos mais importantes.

- Aos jovens que, de imediato, se sentem valorizados e responsabilizados com vista ao seu futuro papel de pais.

- Aos educadores e pais, que passam a dispor de um meio poderoso para esclarecer os jovens na conquista de uma autonomia responsável.

- Ao público em geral, porque é necessário uma tomada de consciência colectiva.

- Às entidades sociais responsáveis, uma vez que a educação pré-natal natural, positivada pelos pais, é a prevenção mais fundamental e o seu custo é mínimo.

Meios de Informação

- Organização de Congressos Nacionais ou Mundiais sobre Educação Pré-Natal, participação em congressos, salões, feiras culturais, emissões de rádio, etc.

- Conferências públicas em escolas de enfermeiras, de parteiras, de educadores, em estabelecimentos escolares, etc...

- Documentos: Livros, actas de Congressos Nacionais ou Mundiais sobre a educação pré-natal, textos de conferências diversas, cassetes audio e video.

A Associação é membro aderente do Movimento Mundial das Mães e da Organização Mundial das Associações para a Educação Pré-Natal.